sábado, 3 de novembro de 2012

Os 7 maiores corredores do Brasil em todos os tempos

Depois de eleger os 7 maiores meio-fundistas/fundistas de todos os tempos, no dia Mundial do Atletismo, a Integral preparou mais um especial, dessa vez para nomear os 7 maiores corredores que nosso país já teve em sua história.

Dessa vez com um desafio a mais: resolvemos misturar na lista corredores de todos os tipos: velocistas (100m, 200m e 400m), meio-fundistas (800m e 1500m) e fundistas (distância acima, incluindo maratonas).


7. Claudinei Quirino

Filho de pais pobres e que morou em orfanato até os 17 anos, quase caiu nas drogas e formou uma das tantas histórias de superação que o esporte tem poder para promover. Claudinei Quirino até hoje tem o recorde sul-americano dos 200m, com 19s89.

Nessa prova, que era sua distância preferida, conquistou duas medalhas em campeonatos mundiais, nos anos de 1997 e 1999. E no Pan desse mesmo ano foi medalhista de ouro.

Mas o grande momento da carreira de Claudinei todo mundo se lembra. Olimpíadas de Sydney 2000, final do revezamento 4x100. O próprio Galvão Bueno considerou essa como a narração mais emocionante de sua vida, junto com a vitória de Ayrton Senna em Interlagos.

Relembre abaixo, é de arrepiar.



6. Marílson Gomes da Costa

Quem acompanha as maratonas pelo mundo sabe que há um bom tempo só existe um não-africano que consegue competir de igual para igual com os monstros quenianos, etíopes e marroquinos, e esse alguém é o brasileiro Marílson.

Hoje com 35 anos, dono da segunda melhor marca brasileira em todos os tempos, bi-campeão da Maratona de Nova York, tri-campeão da São Silvestre e com cinco medalhas Pan-americanas em pista, inclusive o ouro nos 10,000m em Guadalajara, Marílson foi o quinto colocado nas últimas olimpíadas de Londres, chegando muito perto de uma medalha.

Perto do fim de sua carreira, certamente o atletismo brasileiro sentirá muita falta. 

Abaixo um resumo de 1m30 de Marílson sendo bi-campeão da maratona de Nova York.



5. Ronaldo da Costa

Os maiores treinadores e atletas brasileiros costumam afirmar que Ronaldo da Costa foi o mais talentoso maratonista que o país já teve. 
E não é para menos. Campeão da São Silvestre de 1994, em 1998 ele assombrou o mundo e foi responsável por um dos grandes momentos do país na história do atletismo, ao bater o recorde mundial da maratona em Berlim. 

O vídeo abaixo é uma reportagem do Jornal Nacional sobre o feito. Reparem que o atleta, muito humilde, parece não ter muita noção do seu feito. Mais incrível ainda é sua chegada (1m20s) do vídeo, após bater um recorde mundial e parecer que acabou de dar um passeio no parque.

Provavelmente o Brasil nunca mais terá um recordista mundial de maratona. E com Marílson próximo ao final da carreira sem ter conseguido superar a marca de Ronaldo, suspeito que esse recorde sul-americano ainda vai demorar muito tempo a cair.



4. Zequinha Barbosa

Ele provavelmente é o menos conhecido dessa lista...
E mesmo quem o conhece, talvez o lembre por ser o atleta que era o "escudeiro" de Joaquim Cruz na  busca por medalhas olímpicas.
Bom, nenhum brasileiro tem tantas medalhas em campeonatos mundiais do que Zequinha. Foram 4, entre os anos de 87 e 91, sempre nos 800m. Em 1987, em Indianapólis, foi campeão mundial indoor, e além disso, foi também campeão pan-americano em 1995.

Sua carreira foi longa e consistente. Por 9 anos consecutivos esteve ranqueado entre os 10 melhores atletas de 800m do mundo, inclusive terminando a temporada de 91 como número 1. Mais que isso, foi a quatro jogos olímpicos. Em Barcelona, 1992, foi quarto colocado, ficando muito próximo a uma merecida medalha.

Essa medalha sacrificou nas olimpíadas de 1988, numa das mais famosas finais olímpicas da história, quando, por jogo de equipe, correu para ajudar Joaquim Cruz a tentar seu segundo ouro olímpico. Não conseguiu, mas chegou perto. Confira no vídeo abaixo.



3. Róbson Caetano

Ele até hoje é mais rápido atleta sul-americano da história, com o recorde de 10s00 para os 100m (o qual ele jura que foi 9s99, o que o tornaria o único a baixar de 10s na história por aqui).

Só isso já o credenciaria a estar na lista, mas Róbson fez muito mais. Nos 200m, bateu cinco vezes o recorde sul-americano (superado por Claudinei Quirino). E participou simplesmente de quatro jogos olímpicos. E conquistou duas medalhas, a de bronze em Seul 1988 e outro bronze no revezamento 4 x 100 em Atlanta.

Conquistar duas medalhas olímpicas é um feito para pouquíssimos, mas Róbson ainda foi bi-campeão Pan-Americano e conquistou um bronze em Mundiais.

Seguiu envolvido com o esporte e hoje é um conhecido comentarista esportivo.

No vídeo abaixo, sua medalha de bronze em Seul, nos 200m.




2. Vanderlei Cordeiro de Lima

Vanderlei ficou eternizado pelas Olimpíadas de Atenas, em 2004, quando arrancou para o ouro e foi agarrado pelo padre irlandês em um dos mais conhecidos e tristes episódios olímpicos. Deu um exemplo de superação e espírito olímpico ao seguir em frente e correr para o bronze, e ainda ser agraciado com a mais alta condecoração olímpica, a medalha Pierre de Coubertin.
Esse é sem dúvidas o fato mais conhecido, mas Vanderlei também foi bi-campeão Pan-Americano na Maratona, campeão da Maratona de Tóquio e bi-campeão da famosa Volta da Pampulha, prova que a Integral estará presente.

Sua história é de muita superação, pois foi cortador de cana no interior do Paraná e até hoje é muito humilde em suas palestras que rodam o Brasil como um dos embaixadores do atletismo no país.

Há quem diga que será ele que terá a honra de acender a tocha olímpica nos Jogos do Rio em 2016. Alguém com um exemplo de superação que inspirou o mundo merece mesmo essa chance.

De arrepiar o vídeo abaixo, com sua entrada no estádio olímpico em Atenas.



1. Joaquim Cruz

Não há parâmetros para comparar Joaquim Cruz, um dos maiores heróis do esporte brasileiro e único atleta entre os homens a vencer uma medalha de ouro em pista nos Jogos Olímpicos. 
Joaquim é um dos grandes exemplos de puro talento, pois, com apenas 18 anos, bateu o recorde mundial juvenil dos 800m com a marca de 1'44'3 (o que hoje o faria ser tranquilamente campeão brasileiro adulto).
E ele foi muito longe. em 1984, nos Jogos de Los Angeles, veio a glória. Na final olímpica, superou a lenda britânica Sebastian Coe (um dos maiores atletas de todos os tempos) e então recordista mundial da prova. Também bateu o recorde olímpico nessa prova, superado 12 anos depois.

Cruz até hoje é o quarto corredor mais rápido da história dos 800m. Em 1984, correu 1.41'77, e apenas o queniano David Rudisha, o dinamarquês Wilson Kipleter e o britânico Sebastian Coe foram mais rápidos. E estamos falando de 30 anos atrás. Não é pouca coisa.

Como se não fosse suficiente, em 1988 ficou muito próximo de ser bi-campeão olímpico. Foi prata (ver vídeo do Zequinha Barbosa). Conquistou também um bronze em mundiais e foi bi-campeão pan-americano nos 1,500m.

Cruz treinou a maior parte de sua vida no estado de Oregon, nos Estados Unidos, onde ganhou bolsa em universidade americana. Segue por lá até hoje, como treinador e porta voz de melhores condições de treino para o esporte brasileiro.

Veja o vídeo abaixo, de seu ouro olímpico em Los Angeles.


E você, o que achou da lista da Integral?

Conte pra gente e compartilhe - a Integral é mais Cultura da Corrida!

Um comentário:

  1. dieliton portela de brito6 de abril de 2014 às 23:34

    faço um trabalho social com ajuda desse atleta de renome internacional joaquin cruz ,em aguas lindas de goias. Projeto, clube dos descalço ijc tirando as crianças do mundo do crime para o esporte ou um futuro melhor. Se todos fizem umpouco como ele faz talvez teriamos menas crianças no crime.

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